O trabalho do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Cascavel e Região (SINTIACRE) do estado do Paraná com os trabalhadores haitianos mostra o caminho por onde há que se transitar para atuar diante das dificuldades e desafios deste novo fluxo migratório que está chegando ao sul do Brasil. Denisse nos fala sobre essa questão, a partir da sua própria prática. 

A onda migratória, proveniente do Caribe, África e países da região, traz aos sindicatos novos problemas e desafios que são difíceis de serem enfrentados, disse para A Rel, Paulo dos S. Madeira, secretário de Política Sindical da Federação dos Trabalhadores da Alimentação do Estado do Rio Grande do Sul (FTIA/RG).

As camareiras de Mallorca contam quais são as suas condições de trabalho nos hotéis onde lhes exigem cada vez mais trabalho em menos tempo, e onde é muito difícil estar vinculada a um sindicato, pelo medo a serem demitidas e por estarem vivendo um estado de total desproteção.

Soledad Castro trabalha como camareira há 19 anos. É de Barcelona, mas já mora em Mallorca faz tempo. Atualmente, trabalha em um hotel de Playa de Palma, onde há 8 anos é delegada sindical pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), porque as companheiras pediram: “Como eu sempre falava e estava no meio de tudo, como o alho, me meteram nessa. E na verdade, eu até gosto”.

Isabel Moreno trabalha há 22 anos como camareira, sendo delegada sindical pelas Comissões Obreiras há 15 anos. Atualmente, trabalha em um hotel de 4 estrelas em Playa de Palma, Mallorca, que pertence a uma das grandes cadeias de hotéis de Baleares.

No Brasil, as condições de trabalho nos frigoríficos continuam sendo típicas de um modelo explorador, foi o que disse o Gerente Nacional do Projeto de Adequação das Condições de Trabalho nos Frigoríficos do Ministério Público do Trabalho (MPT), Sandro Sardá. A NR 36 é um muito bom instrumento para mudar essa situação, mas ainda é muito pouco utilizada pelos sindicatos, que deveriam voltar a ter uma maior autonomia em relação aos partidos e voltar às práticas de ação emancipadoras, afirmou.

Angelina Alfaro trabalhou toda a sua vida como camareira. Começou aos 17 anos e já conta com 30 anos de profissão. Atualmente, trabalha em um hotel da Praia de Palma, Maiorca. Nasceu em Albacete, em Castilla- La Mancha, mas se mudou ainda jovem para Baleares.

Retirou-se da Presidência do Sindicato de Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Sidrolândia, há dois anos, porque devia assumir um cargo político como vereador de sua cidade. O Clamor popular o trouxe novamente ao sindicalismo, do qual sentia muitas saudades. A Rel conversou com Sergio Bolzan sobre a situação do setor frigorífico em sua localidade.

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) são uma epidemia na indústria da alimentação brasileira, assim como em outros setores produtivos. Edinea, integrante do Conselho Fiscal na Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Criciúma e Região (SINTIACR) é uma de suas vítimas. A Rel dialogou com ela sobre as LER e sobre a aplicação da NR36.

É presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Criciúma e Região (SINTIACR). Tem 52 anos e nasceu em Tubarão, a 80 quilômetros de Forquilinha, a cidade onde está situada a sede do sindicato. Em 1983, lá chegou para trabalhar como técnico em eletrotécnica, na manutenção de um grande frigorífico. Hoje, este frigorífico, como tantos outros, pertence à JBS Foods, mas desde aqueles anos passou por várias mãos, primeiro regionais e depois nacionais, como a Marfrig e outras. O SINTIACR acaba de completar 25 anos e A Rel esteve lá, dialogando com Célio.