Dias densos, sobrecarregados em um Brasil à deriva. Dias de reforma trabalhista e da Previdência, ambas retrógradas, que se juntam à Lava Jato, envolvendo líderes do governo e da oposição, cinco ministros, dez governadores, presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados e uma porção ainda não estabelecida de representantes eleitos.

Contrariamente ao que pretendem nos fazer crer, Donald Trump é filho do sistema, pois foi este mesmo sistema que o elegeu presidente apesar de ter obtido três milhões de votos a menos que sua rival. É importante que os trabalhadores e trabalhadoras não se deixem confundir.

O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos de Porto Alegre e assessor da Rel-UITA, além de ser profundo conhecedor da inconstante realidade de seu país, fez-nos chegar sua análise da conjuntura atual do Brasil.

Era 28 de agosto de 1963, quando Martin Luther King pronunciou seu célebre discurso diante de mais de 200 mil pessoas em Washington: “Sonho que um dia os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos donos de escravos possam se sentar juntos à mesa da irmandade”. Foi o ponto mais alto na luta pelos direitos civis, e o discurso tocou forte na alma e no corpo de milhões de norte-americanos. A vitória de Donald Trump supõe um retrocesso de meio século.

Se fosse preciso definir o fujimorismo, seria necessário apelar para conceitos como corrupção, violação dos direitos humanos, autoritarismo e conivência com o crime organizado.