07
Abril
2017
CNTA cobra fiscalização das condições de trabalho nos frigoríficos e garantia de emprego
CNTA Afins
Foto: CNTA
Para a entidade, crédito de mais de R$ 1 bilhão concedido pelo governo aos frigoríficos deve ser condicionado à manutenção dos empregos e práticas de responsabilidade social. Setor lidera ranking de acidentes de trabalho na categoria da Alimentação
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) acaba de oficializar a reivindicação da categoria pela garantia dos empregos dos trabalhadores do setor frigorífico por pelo menos seis meses.
Os documentos foram protocolados nessa terça e quarta (4 e 5 de abril) no Ministério do Trabalho e na Confederação Nacional da Indústria.
Representante de cerca de 400 mil trabalhadores nas indústrias frigoríficas do País (110 mil da BRF e 130 mil da JBS), a CNTA também cobra o empenho do governo para a fiscalização das condições de trabalho em todas as unidades, principalmente, nas empresas dos grupos investigados pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
O presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, avalia com desconfiança o esforço do governo na defesa do setor, após escândalos de corrupção e fraudes de alimentos.
Segundo ele, a disposição do governo chega a impressionar, principalmente, quando o assunto envolve produtos de exportação, que gerou, inclusive, a tentativa de desqualificação da Polícia Federal.
Para a entidade, a concessão de aproximadamente R$ 1,4 bilhão aos frigoríficos deveria envolver compromissos do setor com a categoria profissional.
Por outro lado, apesar de anunciar uma possível perda de R$ 1,5 bilhão (quando a estimativa para o ano era de 15 bilhões), associações das empresas do setor apontam que os prejuízos são menores, em torno de 136 milhões de dólares, incluindo os impactos externo e interno, com uma queda de 19%, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
“Não somos contra a intervenção do governo na defesa dos produtos brasileiros, mas gostaríamos que houvesse essa mesma disposição na defesa do emprego, segurança e saúde dos trabalhadores, especialmente, dos que trabalham em frigoríficos, que são submetidos diariamente a ritmos acelerados de trabalho e esforços repetitivos, expostos a ambientes mórbidos, com baixíssimas temperaturas e muitas vezes tóxicos, com vazamentos de amônia, por exemplo.”, comenta.
“Acreditamos ser pertinente o governo, depois de tanta proteção ao setor, exigir uma garantia de emprego a todos os trabalhadores em frigoríficos, principalmente, os que tiveram de entrar em férias coletivas, seja por motivo da unidade ter sofrido intervenção ou queda de produção, mesmo porque o governo também tem ações nos dois maiores grupos de frigoríficos investigados.
Portanto, todos precisam arcar com os seus deveres de responsabilidade social. Cobramos também fiscalização e o cumprimento de fato da Norma Regulamentadora nº 36 do Ministério do Trabalho, que ainda é desrespeitada em grande parte das empresas”, defende Bueno, que destaca a aplicação de R$ 14,3 bilhões do BNDES no setor entre 2005 e 2014.
Em audiência pública do Senado Federal sobre os impactos da operação Carne Fraca, realizada no último dia 28, a confederação cobrou punição de "corruptos e corruptores" e alertou sobre a possibilidade do aumento de acidentes de trabalho em meio às ameaças de demissões.
Na categoria da Alimentação, o setor que lidera o número de acidentes de trabalho é o de frigoríficos. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), entre 2012 e 2014, o número de acidentes de trabalho cresceu de 18.226 em 2012 para 19.821 em 2014 (alta de 8,7%).
Os documentos foram protocolados nessa terça e quarta (4 e 5 de abril) no Ministério do Trabalho e na Confederação Nacional da Indústria.
Representante de cerca de 400 mil trabalhadores nas indústrias frigoríficas do País (110 mil da BRF e 130 mil da JBS), a CNTA também cobra o empenho do governo para a fiscalização das condições de trabalho em todas as unidades, principalmente, nas empresas dos grupos investigados pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
O presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, avalia com desconfiança o esforço do governo na defesa do setor, após escândalos de corrupção e fraudes de alimentos.
Segundo ele, a disposição do governo chega a impressionar, principalmente, quando o assunto envolve produtos de exportação, que gerou, inclusive, a tentativa de desqualificação da Polícia Federal.
Para a entidade, a concessão de aproximadamente R$ 1,4 bilhão aos frigoríficos deveria envolver compromissos do setor com a categoria profissional.
Por outro lado, apesar de anunciar uma possível perda de R$ 1,5 bilhão (quando a estimativa para o ano era de 15 bilhões), associações das empresas do setor apontam que os prejuízos são menores, em torno de 136 milhões de dólares, incluindo os impactos externo e interno, com uma queda de 19%, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
“Não somos contra a intervenção do governo na defesa dos produtos brasileiros, mas gostaríamos que houvesse essa mesma disposição na defesa do emprego, segurança e saúde dos trabalhadores, especialmente, dos que trabalham em frigoríficos, que são submetidos diariamente a ritmos acelerados de trabalho e esforços repetitivos, expostos a ambientes mórbidos, com baixíssimas temperaturas e muitas vezes tóxicos, com vazamentos de amônia, por exemplo.”, comenta.
“Acreditamos ser pertinente o governo, depois de tanta proteção ao setor, exigir uma garantia de emprego a todos os trabalhadores em frigoríficos, principalmente, os que tiveram de entrar em férias coletivas, seja por motivo da unidade ter sofrido intervenção ou queda de produção, mesmo porque o governo também tem ações nos dois maiores grupos de frigoríficos investigados.
Portanto, todos precisam arcar com os seus deveres de responsabilidade social. Cobramos também fiscalização e o cumprimento de fato da Norma Regulamentadora nº 36 do Ministério do Trabalho, que ainda é desrespeitada em grande parte das empresas”, defende Bueno, que destaca a aplicação de R$ 14,3 bilhões do BNDES no setor entre 2005 e 2014.
Em audiência pública do Senado Federal sobre os impactos da operação Carne Fraca, realizada no último dia 28, a confederação cobrou punição de "corruptos e corruptores" e alertou sobre a possibilidade do aumento de acidentes de trabalho em meio às ameaças de demissões.
Na categoria da Alimentação, o setor que lidera o número de acidentes de trabalho é o de frigoríficos. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), entre 2012 e 2014, o número de acidentes de trabalho cresceu de 18.226 em 2012 para 19.821 em 2014 (alta de 8,7%).