09
Dezembro
2016
Malvinas Argentinas festejou a expulsão da Monsanto
Os Asterix do fim do mundo
En Montevideo, Daniel Gatti
Este domingo, 4 de dezembro, foi de festa no município de Malvinas Argentinas, província de Córdoba. Os moradores comemoraram a expulsão da transnacional Monsanto, que finalmente abandonou seus planos de instalar na região a sua maior fábrica de coleta de milho transgênico. “Lutamos, resistimos e triunfamos”, dizia a convocatória.
“Expulsamos nada mais nada menos que a Monsanto. Éramos milhares, nós contamos com todos para nos apoderarmos de um triunfo que aterroriza os donos do mundo. Para nos reconhecermos como pessoas que lutam pela vida, pela transformação da realidade. Para nos conscientizarmos que a organização popular move montanhas”, acrescentava o texto postado no Facebook da agrupação Malvinas Lucha por la Vida (Malvinas Luta pela Vida, na sua tradução).
O triunfo tinha sido confirmado duas semanas antes, quando representantes da transnacional e a Prefeita de Malvinas Argentinas, Silvina Gómez, anunciavam que a área de 30 hectares em que a Monsanto projetava sua gigantesca fábrica tinha sido vendida.
“Há que comemorar esta grande vitória, que é também a de todos os que lutam contra o extrativismo”, proclamava então Vanina Barboza, integrante da Assembleia de Vizinhos, ao informar que no domingo 4 haveria festa no município.
Malvinas Argentinas é um pequeno município de pouco mais de 12 mil habitantes, localizado a cerca de 15 quilômetros da capital de Córdoba, da qual é praticamente uma cidade dormitório.
Se não fosse a mediação, a intenção da maior empresa produtora de transgênicos do mundo, a norte-americana Monsanto, teria conseguido instalar sem grandes interferências, numa região rural, uma gigantesca fábrica de armazenamento e de classificação de sementes de milho transgênico, anunciada como a maior do planeta.
O projeto, apresentado em 2012, foi aprovado pela então presidenta Cristina Fernández e a Monsanto começou a se mover. Comprou o terreno e enviou a maquinaria para começar as obras, em um curto espaço de tempo.
Os vizinhos não foram consultados. Ficaram sabendo desses planos pela tevê e decidiram se informar melhor e se organizaram. Das reuniões feitas em espaços cada vez maiores surgiu o grupo Malvinas Lucha por la Vida.
A nova agrupação entrou em contato com outras associações vicinais e regionais, como as Madres del Barrio Ituzaingó, um município de Córdoba, que tinha sofrido na própria carne as fumigações em grande escala e sem nenhum tipo de controle nas plantações de soja transgênica localizadas próximas às moradias e aos centros educacionais.
Também entraram em contato com os médicos que tinham trabalhado nas zonas fumigadas.
O que descobriram ao entrarem em contato com toda essa gente foi suficiente para gerarem uma oposição ferrenha ao projeto da Monsanto e para enfrentarem o prefeito da cidade, Daniel Arzani, que justificava a instalação da gigantesca fábrica alegando que criaria “centenas de postos de trabalho imprescindíveis para uma população necessitada como esta”.
Os argumentos de Arzani convenceram inicialmente parte dos moradores de Malvinas Argentinas, mas aqueles que resistiam foram ganhando terreno à medida em que a informação sobre o prontuário da Monsanto e de outras transnacionais do setor foi circulando e sendo conhecida a realidade dos povos relativamente próximos e de outras províncias.
A luta contra o projeto foi crescendo em intensidade: das reuniões passaram aos bloqueios de estradas, e do bloqueio ao acampamento nas entradas do terreno, acampamento este que durou meses. Algumas vezes essas medidas de luta se combinavam.
Tentaram também fazer um plebiscito para que os habitantes dissessem “sim” ou “não” para a instalação da Monsanto, rejeitado este plebiscito pelas autoridades municipais, estaduais e nacionais.
E, em setembro de 2013, foi feito o festival “Primavera sem Monsanto”, sendo convidadas organizações sociais de todo o país, artistas e “cientistas solidários com as lutas dos povos fumigados”.
Entre os cientistas convidados, estava Andrés Carrasco, um biólogo molecular reconhecido internacionalmente, e que em seus últimos anos de vida percorreu a Argentina denunciando os efeitos do glifosato e de outros agrotóxicos sobre a saúde dos seres humanos e a cumplicidade da maior parte da “comunidade científica com os planos de expansão e de legitimação dos transgênicos”.
Carrasco morreria alguns meses depois, em 2014, após ter divulgado as pressões que as autoridades do governo e universitárias exerciam sobre ele, bem como as campanhas de desprestígio lançadas contra a sua pessoa internacionalmente, feitas por colegas ligados aos laboratórios que trabalham pra as grandes empresas. Ele também sofreu ataques e ameaças à sua pessoa.
O triunfo tinha sido confirmado duas semanas antes, quando representantes da transnacional e a Prefeita de Malvinas Argentinas, Silvina Gómez, anunciavam que a área de 30 hectares em que a Monsanto projetava sua gigantesca fábrica tinha sido vendida.
“Há que comemorar esta grande vitória, que é também a de todos os que lutam contra o extrativismo”, proclamava então Vanina Barboza, integrante da Assembleia de Vizinhos, ao informar que no domingo 4 haveria festa no município.
Malvinas Argentinas é um pequeno município de pouco mais de 12 mil habitantes, localizado a cerca de 15 quilômetros da capital de Córdoba, da qual é praticamente uma cidade dormitório.
Se não fosse a mediação, a intenção da maior empresa produtora de transgênicos do mundo, a norte-americana Monsanto, teria conseguido instalar sem grandes interferências, numa região rural, uma gigantesca fábrica de armazenamento e de classificação de sementes de milho transgênico, anunciada como a maior do planeta.
O projeto, apresentado em 2012, foi aprovado pela então presidenta Cristina Fernández e a Monsanto começou a se mover. Comprou o terreno e enviou a maquinaria para começar as obras, em um curto espaço de tempo.
Os vizinhos não foram consultados. Ficaram sabendo desses planos pela tevê e decidiram se informar melhor e se organizaram. Das reuniões feitas em espaços cada vez maiores surgiu o grupo Malvinas Lucha por la Vida.
A nova agrupação entrou em contato com outras associações vicinais e regionais, como as Madres del Barrio Ituzaingó, um município de Córdoba, que tinha sofrido na própria carne as fumigações em grande escala e sem nenhum tipo de controle nas plantações de soja transgênica localizadas próximas às moradias e aos centros educacionais.
Também entraram em contato com os médicos que tinham trabalhado nas zonas fumigadas.
O que descobriram ao entrarem em contato com toda essa gente foi suficiente para gerarem uma oposição ferrenha ao projeto da Monsanto e para enfrentarem o prefeito da cidade, Daniel Arzani, que justificava a instalação da gigantesca fábrica alegando que criaria “centenas de postos de trabalho imprescindíveis para uma população necessitada como esta”.
Os argumentos de Arzani convenceram inicialmente parte dos moradores de Malvinas Argentinas, mas aqueles que resistiam foram ganhando terreno à medida em que a informação sobre o prontuário da Monsanto e de outras transnacionais do setor foi circulando e sendo conhecida a realidade dos povos relativamente próximos e de outras províncias.
A luta contra o projeto foi crescendo em intensidade: das reuniões passaram aos bloqueios de estradas, e do bloqueio ao acampamento nas entradas do terreno, acampamento este que durou meses. Algumas vezes essas medidas de luta se combinavam.
Tentaram também fazer um plebiscito para que os habitantes dissessem “sim” ou “não” para a instalação da Monsanto, rejeitado este plebiscito pelas autoridades municipais, estaduais e nacionais.
E, em setembro de 2013, foi feito o festival “Primavera sem Monsanto”, sendo convidadas organizações sociais de todo o país, artistas e “cientistas solidários com as lutas dos povos fumigados”.
Entre os cientistas convidados, estava Andrés Carrasco, um biólogo molecular reconhecido internacionalmente, e que em seus últimos anos de vida percorreu a Argentina denunciando os efeitos do glifosato e de outros agrotóxicos sobre a saúde dos seres humanos e a cumplicidade da maior parte da “comunidade científica com os planos de expansão e de legitimação dos transgênicos”.
Carrasco morreria alguns meses depois, em 2014, após ter divulgado as pressões que as autoridades do governo e universitárias exerciam sobre ele, bem como as campanhas de desprestígio lançadas contra a sua pessoa internacionalmente, feitas por colegas ligados aos laboratórios que trabalham pra as grandes empresas. Ele também sofreu ataques e ameaças à sua pessoa.
Um dominó de triunfos
Apesar de tudo
Uma das primeiras vitórias dos moradores de Malvinas Argentinas proveio sem dúvida da academia, quando em 2013 três universidades de alcance nacional se pronunciaram contra os planos da Monsanto.
Entre essas universidades estava a de Rio Cuarto, em Córdoba. A ela se uniu a Assembleia Rio Cuarto sem Agrotóxicos para resistir a um outro projeto da transnacional, que pretendia montar uma estação experimental na região. A prefeitura terminou dando razão aos moradores, proibindo a iniciativa da Monsanto.
A luta valeu a pena, e as vítimas foram se unindo: em janeiro de 2014, a justiça paralisou a construção da fábrica e, um mês depois, o governo de Córdoba considerou que o projeto de impacto ambiental apresentado pela empresa era tecnicamente muito insuficiente.
Mesmo assim a transnacional não desistiu de tentar, e de vez em quando mandava os seus capangas atacarem os vizinhos acampados. A polícia local, também aprontava as suas, com repressões periódicas.
Porém, tal foi o impacto do combate da pequena aldeia do interior de Córdoba, que outra empresa gigante, a Syngenta, abandonou em meados de 2015 seu plano de instalar uma fábrica em Villa María: As assembleias vicinais viram esse anúncio como uma vitória própria.
A pequena Malvinas Argentinas, como a aldeia de Asterix e Obelix, que se opunha ao império romano nos confins da Gália, converteu-se em um símbolo de resistência contra uma gigantesca transnacional que acumula mais poder e dinheiro que vários países juntos.
Entre essas universidades estava a de Rio Cuarto, em Córdoba. A ela se uniu a Assembleia Rio Cuarto sem Agrotóxicos para resistir a um outro projeto da transnacional, que pretendia montar uma estação experimental na região. A prefeitura terminou dando razão aos moradores, proibindo a iniciativa da Monsanto.
A luta valeu a pena, e as vítimas foram se unindo: em janeiro de 2014, a justiça paralisou a construção da fábrica e, um mês depois, o governo de Córdoba considerou que o projeto de impacto ambiental apresentado pela empresa era tecnicamente muito insuficiente.
Mesmo assim a transnacional não desistiu de tentar, e de vez em quando mandava os seus capangas atacarem os vizinhos acampados. A polícia local, também aprontava as suas, com repressões periódicas.
Porém, tal foi o impacto do combate da pequena aldeia do interior de Córdoba, que outra empresa gigante, a Syngenta, abandonou em meados de 2015 seu plano de instalar uma fábrica em Villa María: As assembleias vicinais viram esse anúncio como uma vitória própria.
A pequena Malvinas Argentinas, como a aldeia de Asterix e Obelix, que se opunha ao império romano nos confins da Gália, converteu-se em um símbolo de resistência contra uma gigantesca transnacional que acumula mais poder e dinheiro que vários países juntos.
Sai pela porta
E entra pela janela
Esse poder e esse dinheiro ficaram evidentes novamente nestes últimos dias, quando a Televisão Pública argentina (a televisão pública!) começou a emitir programas semanais sobre o campo, patrocinados pela Monsanto.
Locos por el campo (Loucos pelo campo, na sua tradução), esse era o título da série apresentada num formato de documentários, visando, segundo seus patrocinadores, a “aproximar o campo da cidade, de uma maneira amigável e divertida, refletindo de forma clara e precisa como é a atividade da agropecuária na Argentina”.
O personagem central da série é Fernando, que percorre as zonas rurais visitando chácaras, tambos leiteiros e entrevistando os pequenos, médios e grandes produtores de leite.
O barbudo Fernando é torpe e cômico, apresenta-se como um “bicho da cidade”. Para ele tudo o que é rural é estranho, porém visto com admiração.
“Como você definiria o campo argentino?”, ele pergunta em um de seus programas para uma produtora rural. “Como ecoprogresso. Para nós o ecoprogresso é produzir cuidando da ecologia”, disse ela, conforme está consignado no jornal Página 12. O logo da Monsanto pode ser visto claramente na telinha.
A história dessa gigantesca empresa, que recentemente foi adquirida pela Bayer, está muito longe dessa visão idílica. Dezenas de organizações ecologistas do mundo inteiro classificaram, há anos, esta empresa como uma das mais nocivas para o ambiente.
Em outubro passado, na Holanda, um Tribunal funcionou contra a Monsanto, onde foram apresentados casos de contaminação provocados pela transnacional em diversas partes do mundo, como (Argentina, Brasil, México, Canadá, India, Alemanha, EstadosUnidos, Dinamarca, Austrália), resultando em tragédias ambientais e humanas.
A ideia dos promotores da iniciativa consistiu em armar um dossiê suficientemente sólido de evidências científicas e de testemunhas como para que a Corte Internacional da Haia reconhecesse a concreta responsabilidade da Monsanto nos casos denunciados e em outros. Além disso que a Corte incorporasse o delito de “ecocídio”, crime contra o ambiente.
Já Em Locos por el campo a Monsanto fica associada ao “respeito pelo meio ambiente”, com a cumplicidade explícita do governo argentino.
Locos por el campo (Loucos pelo campo, na sua tradução), esse era o título da série apresentada num formato de documentários, visando, segundo seus patrocinadores, a “aproximar o campo da cidade, de uma maneira amigável e divertida, refletindo de forma clara e precisa como é a atividade da agropecuária na Argentina”.
O personagem central da série é Fernando, que percorre as zonas rurais visitando chácaras, tambos leiteiros e entrevistando os pequenos, médios e grandes produtores de leite.
O barbudo Fernando é torpe e cômico, apresenta-se como um “bicho da cidade”. Para ele tudo o que é rural é estranho, porém visto com admiração.
“Como você definiria o campo argentino?”, ele pergunta em um de seus programas para uma produtora rural. “Como ecoprogresso. Para nós o ecoprogresso é produzir cuidando da ecologia”, disse ela, conforme está consignado no jornal Página 12. O logo da Monsanto pode ser visto claramente na telinha.
A história dessa gigantesca empresa, que recentemente foi adquirida pela Bayer, está muito longe dessa visão idílica. Dezenas de organizações ecologistas do mundo inteiro classificaram, há anos, esta empresa como uma das mais nocivas para o ambiente.
Em outubro passado, na Holanda, um Tribunal funcionou contra a Monsanto, onde foram apresentados casos de contaminação provocados pela transnacional em diversas partes do mundo, como (Argentina, Brasil, México, Canadá, India, Alemanha, EstadosUnidos, Dinamarca, Austrália), resultando em tragédias ambientais e humanas.
A ideia dos promotores da iniciativa consistiu em armar um dossiê suficientemente sólido de evidências científicas e de testemunhas como para que a Corte Internacional da Haia reconhecesse a concreta responsabilidade da Monsanto nos casos denunciados e em outros. Além disso que a Corte incorporasse o delito de “ecocídio”, crime contra o ambiente.
Já Em Locos por el campo a Monsanto fica associada ao “respeito pelo meio ambiente”, com a cumplicidade explícita do governo argentino.
Fotos: Nelson Godoy
Esse poder e esse dinheiro ficaram evidentes novamente nestes últimos dias, quando a Televisão Pública argentina (a televisão pública!) começou a emitir programas semanais sobre o campo, patrocinados pela Monsanto.
Locos por el campo (Loucos pelo campo, na sua tradução), esse era o título da série apresentada num formato de documentários, visando, segundo seus patrocinadores, a “aproximar o campo da cidade, de uma maneira amigável e divertida, refletindo de forma clara e precisa como é a atividade da agropecuária na Argentina”.
O personagem central da série é Fernando, que percorre as zonas rurais visitando chácaras, tambos leiteiros e entrevistando os pequenos, médios e grandes produtores de leite.
O barbudo Fernando é torpe e cômico, apresenta-se como um “bicho da cidade”. Para ele tudo o que é rural é estranho, porém visto com admiração.
“Como você definiria o campo argentino?”, ele pergunta em um de seus programas para uma produtora rural. “Como ecoprogresso. Para nós o ecoprogresso é produzir cuidando da ecologia”, disse ela, conforme está consignado no jornal Página 12. O logo da Monsanto pode ser visto claramente na telinha.
A história dessa gigantesca empresa, que recentemente foi adquirida pela Bayer, está muito longe dessa visão idílica. Dezenas de organizações ecologistas do mundo inteiro classificaram, há anos, esta empresa como uma das mais nocivas para o ambiente.
Em outubro passado, na Holanda, um Tribunal funcionou contra a Monsanto, onde foram apresentados casos de contaminação provocados pela transnacional em diversas partes do mundo, como (Argentina, Brasil, México, Canadá, India, Alemanha, Estados Unidos, Di-namarca, Austrália), resultando em tragédias ambientais e humanas.
A ideia dos promotores da iniciativa consistiu em armar um dossiê suficientemente sólido de evidências científicas e de testemunhas como para que a Corte Internacional da Haia reconhecesse a concreta responsabilidade da Monsanto nos casos denunciados e em outros. Além disso que a Corte incorporasse o delito de “ecocídio”, crime contra o ambiente.
Já Em Locos por el campo a Monsanto fica associada ao “respeito pelo meio ambiente”, com a cumplicidade explícita do governo argentino.
Locos por el campo (Loucos pelo campo, na sua tradução), esse era o título da série apresentada num formato de documentários, visando, segundo seus patrocinadores, a “aproximar o campo da cidade, de uma maneira amigável e divertida, refletindo de forma clara e precisa como é a atividade da agropecuária na Argentina”.
O personagem central da série é Fernando, que percorre as zonas rurais visitando chácaras, tambos leiteiros e entrevistando os pequenos, médios e grandes produtores de leite.
O barbudo Fernando é torpe e cômico, apresenta-se como um “bicho da cidade”. Para ele tudo o que é rural é estranho, porém visto com admiração.
“Como você definiria o campo argentino?”, ele pergunta em um de seus programas para uma produtora rural. “Como ecoprogresso. Para nós o ecoprogresso é produzir cuidando da ecologia”, disse ela, conforme está consignado no jornal Página 12. O logo da Monsanto pode ser visto claramente na telinha.
A história dessa gigantesca empresa, que recentemente foi adquirida pela Bayer, está muito longe dessa visão idílica. Dezenas de organizações ecologistas do mundo inteiro classificaram, há anos, esta empresa como uma das mais nocivas para o ambiente.
Em outubro passado, na Holanda, um Tribunal funcionou contra a Monsanto, onde foram apresentados casos de contaminação provocados pela transnacional em diversas partes do mundo, como (Argentina, Brasil, México, Canadá, India, Alemanha, Estados Unidos, Di-namarca, Austrália), resultando em tragédias ambientais e humanas.
A ideia dos promotores da iniciativa consistiu em armar um dossiê suficientemente sólido de evidências científicas e de testemunhas como para que a Corte Internacional da Haia reconhecesse a concreta responsabilidade da Monsanto nos casos denunciados e em outros. Além disso que a Corte incorporasse o delito de “ecocídio”, crime contra o ambiente.
Já Em Locos por el campo a Monsanto fica associada ao “respeito pelo meio ambiente”, com a cumplicidade explícita do governo argentino.
Tradução: Luciana Gaffrée