12
Julho
2016
Lesbia Yaneth Urquía
Mais sangue derramado em Honduras
Assassinaram outra destacada lutadora social
En Managua, Giorgio Trucchi
Milhares de hondurenhos e hondurenhas saudaram, pela última vez, a incansável dirigente comunitária Lesbia Yaneth Urquía, assassinada no dia 5 de julho por sua luta contra o modelo extrativista e a expansão dos projetos hidrelétricos no departamento de La Paz, a oeste de Honduras.
Lesbia Urquía, de 49 anos, saiu de sua casa de bicicleta, na terça-feira 5 de julho, mas não voltou. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte, em um depósito de lixo municipal da cidade de Marcala, com múltiplas feridas cortantes na cabeça e em outras partes do corpo.
A destacada ativista e dirigente indígena liderava uma forte batalha em defesa dos bens comuns da natureza, diante do avanço de políticas de concessão e privatização dos rios na região de La Paz.
Vinculada ao Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (Copinh), cuja líder e coordenadora Berta Cáceres também foi assassinada no dia 2 de março passado, Urquía e as comunidades Lencas da região estavam conduzindo uma férrea oposição ao projeto hidrelétrico Aurora 1.
Neste projeto, que pretendem seja feito no município de San José, estão envolvidos diretamente Gladis Aurora López, atual presidenta do governista Partido Nacional e vice-presidenta do Congresso, e seu marido Arnold Castro.
Nos dias anteriores ao brutal assassinato, na cidade de Marcala, o governo hondurenho e as Nações Unidas estavam realizando uma atividade para divulgar um projeto de lei que regulamentará os mecanismos da Consulta Prévia, Livre e Informada, prevista pelo Convênio 169 da OIT, sobre os Povos Indígenas e Tribais.
De acordo com as declarações das comunidades locais, os impulsionadores do projeto Aurora 1 tinham pressionado o governo para que suspendesse esta atividade pública.
Além disso, as comunidades indígenas da região preparavam outra jornada de consulta no município de Santa Elena, para opinar sobre a realização de um novo projeto hidrelétrico sobre o rio Chinacla, cuja concessão foi dada à empresa de Arnold Castro.
A destacada ativista e dirigente indígena liderava uma forte batalha em defesa dos bens comuns da natureza, diante do avanço de políticas de concessão e privatização dos rios na região de La Paz.
Vinculada ao Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (Copinh), cuja líder e coordenadora Berta Cáceres também foi assassinada no dia 2 de março passado, Urquía e as comunidades Lencas da região estavam conduzindo uma férrea oposição ao projeto hidrelétrico Aurora 1.
Neste projeto, que pretendem seja feito no município de San José, estão envolvidos diretamente Gladis Aurora López, atual presidenta do governista Partido Nacional e vice-presidenta do Congresso, e seu marido Arnold Castro.
Nos dias anteriores ao brutal assassinato, na cidade de Marcala, o governo hondurenho e as Nações Unidas estavam realizando uma atividade para divulgar um projeto de lei que regulamentará os mecanismos da Consulta Prévia, Livre e Informada, prevista pelo Convênio 169 da OIT, sobre os Povos Indígenas e Tribais.
De acordo com as declarações das comunidades locais, os impulsionadores do projeto Aurora 1 tinham pressionado o governo para que suspendesse esta atividade pública.
Além disso, as comunidades indígenas da região preparavam outra jornada de consulta no município de Santa Elena, para opinar sobre a realização de um novo projeto hidrelétrico sobre o rio Chinacla, cuja concessão foi dada à empresa de Arnold Castro.
Copinh reage
“Foi um feminicídio político”
Diante deste novo assassinato que gerou um clamor mundial, o Copinh emitiu um duro comunicado.
“A morte de Lesbia Yaneth se constitui um feminicídio político que busca calar as vozes das mulheres que, com coragem e valentia, defendem seus direitos contra um sistema patriarcal, racista e capitalista, que cada vez mais nos aproxima da destruição do planeta”, podemos ler no documento.
A organização indígena lembrou que este novo crime ocorreu 4 meses depois do assassinato de Berta Cáceres e “nos confirma que há um plano em andamento para fazer desaparecer aquelas pessoas que defendem os bens comuns oferecidos pela natureza”, denunciou Copinh.
O Copinh responsabilizou o governo do presidente Juan Orlando Hernández, as forças armadas e os policiais, bem como todas as instituições governamentais por esta grave situação, por serem elas as que deveriam “dar proteção para todos e todas as defensoras dos direitos humanos e dos bens comuns oferecidos pela natureza”.
As Nações Unidas também reagiram diante da violenta morte de Lesbia Urquía e voltaram a condenar o assassinato de Berta Cáceres.
“Suas vozes individuais foram silenciadas, mas as causas que apoiavam são reforçadas por aqueles que continuam levantando sua voz em defesa da justiça”, disse Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulheres.
A União Europeia também expressou sua extrema preocupação pelo clima de violência em Honduras e pelo assassinato da ativista e dirigente indígena.
“O assassinato de Lesbia Yaneth Urquía se une à terrível lista de defensores dos direitos humanos que foram assassinados recentemente em Honduras”, disse Federica Mogherini, representante da UE para a Política Exterior.
“As autoridades deveriam dar rapidamente mais passos urgentes e decisivos para proteger os defensores dos direitos humanos no país”, e isso inclui “investigações imparciais que levem a julgamento e condenação dos responsáveis por estes atos”, assim como “uma proteção eficaz para outras potenciais vítimas”, indicou Mogherini.
De acordo com o relatório “Quantos mais? Da organização Global Witness, Honduras é o país mais perigoso per capita para os ativistas ambientais e da terra, com 101 assassinatos entre 2010 e 2014.
Em 2015, o relatório “Em terreno perigoso”, esta mesma organização assinala que mais de três pessoas por semana morrem assassinadas por defender sua terra, suas matas e seus rios contra as indústrias destrutivas.
“A morte de Lesbia Yaneth se constitui um feminicídio político que busca calar as vozes das mulheres que, com coragem e valentia, defendem seus direitos contra um sistema patriarcal, racista e capitalista, que cada vez mais nos aproxima da destruição do planeta”, podemos ler no documento.
A organização indígena lembrou que este novo crime ocorreu 4 meses depois do assassinato de Berta Cáceres e “nos confirma que há um plano em andamento para fazer desaparecer aquelas pessoas que defendem os bens comuns oferecidos pela natureza”, denunciou Copinh.
O Copinh responsabilizou o governo do presidente Juan Orlando Hernández, as forças armadas e os policiais, bem como todas as instituições governamentais por esta grave situação, por serem elas as que deveriam “dar proteção para todos e todas as defensoras dos direitos humanos e dos bens comuns oferecidos pela natureza”.
As Nações Unidas também reagiram diante da violenta morte de Lesbia Urquía e voltaram a condenar o assassinato de Berta Cáceres.
“Suas vozes individuais foram silenciadas, mas as causas que apoiavam são reforçadas por aqueles que continuam levantando sua voz em defesa da justiça”, disse Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulheres.
A União Europeia também expressou sua extrema preocupação pelo clima de violência em Honduras e pelo assassinato da ativista e dirigente indígena.
“O assassinato de Lesbia Yaneth Urquía se une à terrível lista de defensores dos direitos humanos que foram assassinados recentemente em Honduras”, disse Federica Mogherini, representante da UE para a Política Exterior.
“As autoridades deveriam dar rapidamente mais passos urgentes e decisivos para proteger os defensores dos direitos humanos no país”, e isso inclui “investigações imparciais que levem a julgamento e condenação dos responsáveis por estes atos”, assim como “uma proteção eficaz para outras potenciais vítimas”, indicou Mogherini.
De acordo com o relatório “Quantos mais? Da organização Global Witness, Honduras é o país mais perigoso per capita para os ativistas ambientais e da terra, com 101 assassinatos entre 2010 e 2014.
Em 2015, o relatório “Em terreno perigoso”, esta mesma organização assinala que mais de três pessoas por semana morrem assassinadas por defender sua terra, suas matas e seus rios contra as indústrias destrutivas.
Fotos: EFE
Traduçao Luciana Gaffrée