10
Agosto
2017
Golpe na democracia
Artur Bueno Júnior
Artur Bueno Júnior | Foto: Gerardo Iglesias
A votação que garantiu a permanência de Temer na Presidência nos diz muito, sobre o caráter precário da democracia brasileira. Praticamente um ano depois de derrubar uma presidente por conta de pedaladas fiscais, seu sucessor tinha sido flagrado num diálogo criminoso, nada republicano.
Temer tinha contra si um áudio, em que apontava assessor para negociar arranjos espúrios, favorecimentos e obstrução da Justiça. O mesmo assessor, depois, foi flagrado em vídeo com mala contendo R$ 500 mil em dinheiro vivo. A conversa em si, foi com o dono da JBS, empresário envolvido até o pescoço em irregularidades, e sabidamente financiador de políticos corruptos.
Num contexto de Operação Lava Jato, e da esperança de “passar o país a limpo”, era de se supor um massacre contra Temer, na análise da denúncia da Procuradoria Geral da República pela Câmara Federal.
O julgamento do presidente era urgente, e na cabeça da população deveria ser facilmente autorizado, para que as terríveis acusações fossem apuradas.
Nada disso. Temer não tinha apoio nas ruas, mas o conquistou dentro do Parlamento. Fez isso, mediante R$ 4,1 bilhões liberados em emendas parlamentares, entre junho e julho.
Acuados eles próprios diante das investigações, deputados preferiram o conforto do dinheiro para convencer seus pobres currais eleitorais, em 2018. O resultado: 263 votos a favor de Temer, e o sepultamento do processo em definitivo.
Da boca de muitos, o argumento da manutenção da estabilidade econômica, como se tal status se conquiste “jogando a sujeira embaixo do tapete”. Negando ao país o restabelecimento da ética. Como se estabilidade econômica fosse sinônimo de corrupção e impunidade. Uma verdadeira inversão de valores.
Nosso sistema representativo está completamente equivocado, distante do povo e vulnerável ao assédio da propina. Financiar emendas parlamentares para evitar o julgamento do chefe do Executivo é mais uma das facetas deste monstro, carente de uma reforma que moralize nossos Poderes de forma definitiva.
De nada adianta encurralarmos os políticos, com fartas doses de denúncias: se prosperar o conluio Executivo-Legislativo, ninguém mais será condenado se souber jogar este jogo.
A solução momentânea é seguir os passos daqueles parlamentares, cuja postura não condisse com o que esperava o país. Nas próximas eleições, precisamos limpar o Congresso de uma turba que ainda não entendeu os novos tempos.
Tempos de intolerância contra os corruptos, e relação incestuosa entre os poderes. A população precisa valorizar muito mais o voto, e fazer sua parte eliminando da política aqueles que não a merecem.
Num contexto de Operação Lava Jato, e da esperança de “passar o país a limpo”, era de se supor um massacre contra Temer, na análise da denúncia da Procuradoria Geral da República pela Câmara Federal.
O julgamento do presidente era urgente, e na cabeça da população deveria ser facilmente autorizado, para que as terríveis acusações fossem apuradas.
Nada disso. Temer não tinha apoio nas ruas, mas o conquistou dentro do Parlamento. Fez isso, mediante R$ 4,1 bilhões liberados em emendas parlamentares, entre junho e julho.
Acuados eles próprios diante das investigações, deputados preferiram o conforto do dinheiro para convencer seus pobres currais eleitorais, em 2018. O resultado: 263 votos a favor de Temer, e o sepultamento do processo em definitivo.
Da boca de muitos, o argumento da manutenção da estabilidade econômica, como se tal status se conquiste “jogando a sujeira embaixo do tapete”. Negando ao país o restabelecimento da ética. Como se estabilidade econômica fosse sinônimo de corrupção e impunidade. Uma verdadeira inversão de valores.
Nosso sistema representativo está completamente equivocado, distante do povo e vulnerável ao assédio da propina. Financiar emendas parlamentares para evitar o julgamento do chefe do Executivo é mais uma das facetas deste monstro, carente de uma reforma que moralize nossos Poderes de forma definitiva.
De nada adianta encurralarmos os políticos, com fartas doses de denúncias: se prosperar o conluio Executivo-Legislativo, ninguém mais será condenado se souber jogar este jogo.
A solução momentânea é seguir os passos daqueles parlamentares, cuja postura não condisse com o que esperava o país. Nas próximas eleições, precisamos limpar o Congresso de uma turba que ainda não entendeu os novos tempos.
Tempos de intolerância contra os corruptos, e relação incestuosa entre os poderes. A população precisa valorizar muito mais o voto, e fazer sua parte eliminando da política aqueles que não a merecem.