04
Outubro
2016
Guatemala | Sindicatos | COCA COLA

FEMSA mostra os dentes, terceiriza e despede

Pretende impor sistema de pré-venda que lesa os direitos adquiridos

En Managua, Giorgio Trucchi
20161004 STECSA714
O Sindicato dos Trabalhadores da Engarrafadora Central AS (STECSA) denuncia internacionalmente a decisão da mexicana FEMSA de terceirizar a agência de Jalapa e despedir todo o pessoal. Este ato unilateral faz parte da implementação de um projeto de pré-venda, que o sindicato rejeitou totalmente por atentar contra a estrutura do convênio coletivo.
“Representantes da empresa chegaram muito cedo à agência de Jalapa e reuniram os trabalhadores, comunicando-lhes que iriam fechar este centro de trabalho e, sendo assim, todos seriam demitidos”, disse alarmado para A Rel, Carlos Luch, secretário geral do STECSA.

“É uma decisão unilateral e vergonhosa que beira o ditatorial. A FEMSA está desrespeitando todos os procedimentos legais estabelecidos e seu comportamento é inaceitável”, acrescentou o dirigente sindical.

A Engarrafadora Central S.A. (EMBOCEN), subsidiária na Guatemala da Coca Cola FEMSA (KOF), informou também que o mercado de Jalapa seria agora terceirizado e atendido, no modelo de pré-venda, pela empresa Distribuidora Las Aguas.

“Nós, diretores do STECSA e da FESTRAS, fomos imediatamente para Jalapa e nos reunimos com os 24 companheiros despedidos, oferecendo nosso total apoio. Depois disso, também nos reunimos com a empresa e as autoridades do Ministério do Trabalho”, explicou Luch.

FEMSA mostra os dentes
O conflito a ponto de explodir
O secretário geral do STECSA afirmou que, após escutar ambas as partes e constatar as ilegalidades e violações cometidas pela FEMSA, os inspetores decidiram “prevenir por notificação legal”  a empresa.

“O Ministério concedeu duas horas à empresa para anular a demissão em massa dos trabalhadores, reincorporando-os aos seus postos de trabalho. Também exigiu que não fosse adotada nenhuma represália contra eles”, disse o diretor sindical.

Infelizmente, o que se impôs foi a arrogância da FEMSA que, de forma descarada, negou-se a cumprir as disposições das autoridades do Ministério do Trabalho.

“Não há, para nós, outra opção que não seja recorrer à via judicial. Enquanto isso, vamos permanecer na agência até haver uma mudança de atitude da empresa, não importando se tentarão nos desalojar”, garantiu o secretário geral do STECSA.

Agarrada à pré-venda
A ordem veio do México
Em agosto passado, a FEMSA tinha aumentado a pressão para o Sindicato aceitar discutir a implementação do modelo comercial de pré-venda. Para a maior engarrafadora do sistema Coca Cola no mundo, o modelo atual de auto-venda está obsoleto.

Pelo contrário, para os trabalhadores esse projeto não só afetaria ilegitimamente os direitos adquiridos contidos no convênio coletivo, como também impactaria negativamente sobre o salário do pessoal de Vendas.

“Com esse novo modelo, estaria sendo implementada uma mudança na forma de pagamento, cortando em até 50 por cento os salários.

Além disso, não podemos negociar nenhuma cláusula do Convênio fora de um processo regular de negociação coletiva. Seria totalmente ilegal”, explicou Luch.

“A atitude assumida pela empresa nos remete aos acontecimentos que deram início à greve de 1984. Esperamos que a FEMSA reflita antes que seja tarde demais”, concluiu Luch.

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Fotos: STECSA

1 - Advertência para as consequências no caso de deixarem de cumprir com o solicitado em uma notificação.

Tradução Luciana Gaffrée


20160831 campaniaPepsico por

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