21
Junho
2016
Com Ernane Garcia
A conduta antissindical da BRF
Além de não melhorar a proposta salarial, a transnacional do setor das carnes ataca a organização sindical por defender os trabalhadores
En Montevideo, Amalia Antúnez
Foto: Gerardo Iglesias
Ernane Garcia, presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação do Paraná, filiada à Confederação Democrática Brasileira dos Trabalhadores da Alimentação (Contac), informou à Rel sobre as novas medidas que foram tomadas após a empresa começar uma campanha de desprestígio contra os sindicatos.
“A negociação não avança. A BRF se mantém irredutível. Não oferece nem mesmo o índice da inflação como reajuste salarial para o período, e além disso começou a haver assédio contra o pessoal sindicalizado dentro da empresa, numa explícita conduta antissindical por parte da empresa”, assinalou Ernane.
Segundo o dirigente, esta conduta da BRF é a mesma em todos os frigoríficos da região sul do país, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e consiste em denegrir a imagem dos sindicatos, assediar os trabalhadores sindicalizados, entre outras coisas.
Segundo o dirigente, esta conduta da BRF é a mesma em todos os frigoríficos da região sul do país, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e consiste em denegrir a imagem dos sindicatos, assediar os trabalhadores sindicalizados, entre outras coisas.
“No Paraná, a questão salarial está na esfera judicial, mas não avança. Por isso, começamos a nos mobilizar”, indicou.
Os Sindicatos filiados à Contac começaram uma campanha na mídia em resposta à política interna da transnacional, visando denunciar a pressão da empresa para que os seus trabalhadores e trabalhadoras se dessindicalizem.
“Na hora em que os trabalhadores se sindicalizam, a empresa os demite ou os transfere de setor, de forma completamente arbitrária. Os trabalhadores também se veem impedidos de participar das assembleias sindicais ou de qualquer outro ato vinculado com a organização sindical”, denunciou Ernane.
Infelizmente, e apesar de que as leis nacionais protejam o trabalhador, - continuou o dirigente -, os que não são demitidos, aceitam serem transferidos, mesmo sendo prejudicial a eles, por medo a perderem o emprego.
O dirigente informou também que “devido a estas atitudes da BRF, a Contac, junto com as suas Federações e Sindicatos, começou uma contraofensiva que consiste em denunciar publicamente as condições de trabalho nos frigoríficos, bem como as atitudes desprezíveis desta empresa, que é completamente antissindical e não valoriza em absoluto os seus trabalhadores”.
A empresa está usando a crise financeira, política e social do país para acabar com o movimento sindical.
“O assédio moral e o medo dos trabalhadores a perderem seus empregos são o motor principal da empresa para tentar neutralizar o Sindicato. Esta batalha não será fácil mas vamos vencê-la”, garantiu o dirigente.
A Contac está organizando uma grande mobilização em São Paulo para o próximo dia 13 de julho. Tanto as federações como os sindicatos filiados estão levando adiante uma campanha com cartazes, outdoors e anúncios publicitários, denunciando esta atitude antissindical da BRF.
Traduçao Luciana Gaffrée