Os sindicatos da BRF, empresa resultante da fusão entre a Sadia e a Perdigão, enfrentam a política da transnacional de baixar, ainda mais, os já irrisórios salários.

Ernane Garcia, presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação do Paraná, filiada à Confederação Democrática Brasileira dos Trabalhadores da Alimentação (Contac), informou à Rel sobre as novas medidas que foram tomadas após a empresa começar uma campanha de desprestígio contra os sindicatos.

A indústria do setor das carnes do Brasil é reconhecida mundialmente pelos fortes grupos empresariais que a representam. JBS, BRF e Minerva, entre outros, são transnacionais com presença em vários países. Desde outubro do ano passado, os sindicatos destas empresas enfrentam dificuldades para alcançar um acordo salarial para o período e, como se fosse pouco, demissões em massa.

Desde outubro do ano passado, a transnacional brasileira do setor das carnes se nega a negociar melhores condições salariais para os seus trabalhadores, e vários sindicatos ainda não assinaram um acordo.

O Uruguai é um dos maiores produtores de carne do mundo, mas sua indústria frigorífica, a principal do país, está cada vez mais concentrada e em mãos estrangeiras.

No estado do Paraná, a BRF Brasil mantém uma postura intimidadora contra os trabalhadores, com represálias a todos aqueles os  que participaram da greve, buscando pressionar a empresa a melhorar sua oferta salarial de reajuste de apenas cinco por cento, o que representa apenas a metade do índice acumulado da inflação (10,33 por cento).

Não houve acordo na última reunião entre a Confederação Brasileira Democrática de Trabalhadores da Alimentação (Contac) e a transnacional do setor das carnes BRF. A Rel entrou em contato com Siderlei de Oliveira, presidente da Contac, para conhecer os detalhes da tentativa falha de diálogo com a empresa.