18
Janeiro
2016
Com Célio Elias
BRF ilegal e antissindical
En Montevideo, Amalia Antúnez
Foto: Lucía Iglesias
A transnacional do setor das carnes, uma das maiores do Brasil e do mundo, ignora as justas reivindicações salariais de seus trabalhadores, tentando impor um reajuste inferior à inflação e, como não bastasse, demite aqueles trabalhadores que protestarem.
Célio Elias é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Criciúma e Região, e também um dos diretores da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores da Alimentação (CONTAC). A Rel o entrevistou para conhecer o seu parecer sobre as recentes dificuldades no processo de negociações coletivas entre sindicatos do setor frigorífico e a transnacional BRF no Brasil.
- Como você analisa este estancamento na negociação coletiva com a BRF?
- O que é evidente em tudo isto é que a empresa quer reduzir mais e mais os salários de seus trabalhadores, ela se nega a pagar um reajuste com base na inflação, isto é, não só não aumenta os salários, como se nega a cobrir a perda salarial real de seus funcionários.
Dependendo da região, as propostas da empresa oferecem um reajuste de 50 por cento do índice de inflação a até 80 por cento. Todas estas propostas de reajuste de forma escalonada geraram um crescente mal-estar entre os trabalhadores de vários estados, como em Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. Os trabalhadores do Paraná entraram em greve no dia 13 de janeiro passado, paralisando três frigoríficos de diferentes municípios.
- A paralisação está em que etapa?
-Os Sindicatos dos municípios de Dois Vizinhos, Carambeí e Francisco Beltrão, onde as atividades foram paralisadas, reivindicando uma melhor proposta, suspenderam a medida até hoje 18 de janeiro, a pedido da empresa, para uma nova rodada de negociações, e estão aguardando os resultados dessa etapa.
O grave em tudo isto é que, como durante os dias de greve os trabalhadores do setor de controle e inocuidade da produção também aderiram, muitas mercadorias não passaram pelo controle, e mesmo assim, a BRF permitiu que fossem para as gôndolas dos supermercados, gerando desta forma um potencial risco para os consumidores de frango.
Os grevistas também sofreram represálias da empresa, que despediu vários trabalhadores, desrespeitando totalmente o direito legal à greve.
-Isto aconteceu nos três frigoríficos avícolas?
-Em Carambeí e em Francisco Beltrão, onde praticamente todos os trabalhadores encarregados da inspeção sanitária dos frangos aderiram à greve.
Esta medida da empresa não só atenta contra a segurança sanitária dos consumidores como também infringe as normas brasileiras sobre saúde nos frigoríficos.
Houve despedidos nessas três unidades, mas principalmente em Carambeí.
- Como você analisa este estancamento na negociação coletiva com a BRF?
- O que é evidente em tudo isto é que a empresa quer reduzir mais e mais os salários de seus trabalhadores, ela se nega a pagar um reajuste com base na inflação, isto é, não só não aumenta os salários, como se nega a cobrir a perda salarial real de seus funcionários.
Dependendo da região, as propostas da empresa oferecem um reajuste de 50 por cento do índice de inflação a até 80 por cento. Todas estas propostas de reajuste de forma escalonada geraram um crescente mal-estar entre os trabalhadores de vários estados, como em Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. Os trabalhadores do Paraná entraram em greve no dia 13 de janeiro passado, paralisando três frigoríficos de diferentes municípios.
- A paralisação está em que etapa?
-Os Sindicatos dos municípios de Dois Vizinhos, Carambeí e Francisco Beltrão, onde as atividades foram paralisadas, reivindicando uma melhor proposta, suspenderam a medida até hoje 18 de janeiro, a pedido da empresa, para uma nova rodada de negociações, e estão aguardando os resultados dessa etapa.
O grave em tudo isto é que, como durante os dias de greve os trabalhadores do setor de controle e inocuidade da produção também aderiram, muitas mercadorias não passaram pelo controle, e mesmo assim, a BRF permitiu que fossem para as gôndolas dos supermercados, gerando desta forma um potencial risco para os consumidores de frango.
Os grevistas também sofreram represálias da empresa, que despediu vários trabalhadores, desrespeitando totalmente o direito legal à greve.
-Isto aconteceu nos três frigoríficos avícolas?
-Em Carambeí e em Francisco Beltrão, onde praticamente todos os trabalhadores encarregados da inspeção sanitária dos frangos aderiram à greve.
Esta medida da empresa não só atenta contra a segurança sanitária dos consumidores como também infringe as normas brasileiras sobre saúde nos frigoríficos.
Houve despedidos nessas três unidades, mas principalmente em Carambeí.
Vamos lutar com tudo
Isto já é insuportável
- Quais os próximos passos de vocês se a BRF não melhorar a sua oferta e continuar com sua intransigência e atitude antissindical?
Retomaremos a greve nas unidades do Paraná e, possivelmente, os outros frigoríficos que não chegaram ainda a acordos, em Minas Gerais e Mato Grosso, também se unam à greve.
Estamos buscando essa adesão na reunião de hoje e exigindo a recontratação imediata dos trabalhadores demitidos.
Além disso, faremos uma denúncia internacional contra esta empresa que ataca os direitos trabalhistas, deixando-os vulneráveis, com total impunidade. Para isto, contamos com o apoio da Rel-UITA para difundir esta problemática.
Retomaremos a greve nas unidades do Paraná e, possivelmente, os outros frigoríficos que não chegaram ainda a acordos, em Minas Gerais e Mato Grosso, também se unam à greve.
Estamos buscando essa adesão na reunião de hoje e exigindo a recontratação imediata dos trabalhadores demitidos.
Além disso, faremos uma denúncia internacional contra esta empresa que ataca os direitos trabalhistas, deixando-os vulneráveis, com total impunidade. Para isto, contamos com o apoio da Rel-UITA para difundir esta problemática.
Foto: Gerardo Iglesias