04
Novembro
2016
A AB InBev orientará o foco da gestão da Backus na direção da eficiência e de uma nova gestão de talento. Obviamente, haverá também demissões.
Chegou a hora da Backus
Enildo Iglesias
Imagen: Diario Público
Em novembro do ano passado, comentando a compra da SABMiller pela AB InBev, dizíamos que, conhecendo a forma de reduzir custos, característica dos brasileiros que gerenciam a compradora – um deles é o dono da famosa frase “gastos são como unhas: devemos sempre cortá-los”, seria importante perguntar quantos dos 225 mil postos de trabalho, existentes nas duas empresas naquele momento, teriam sido mantidos.
Não demorou muito para começarem as primeiras demissões. Agora chegou a hora da Backus.
A Backus, antes pertencente à SABMiller, é a principal produtora de cerveja do Peru, contando com sete unidades. No momento da compra, suas marcas captavam 96 por cento do mercado local de cervejas.
No segundo trimestre de 2016, seus ingressos cresceram 6,4 por cento, chegando a 1.073 milhões de sóis (cerca de 317 milhões de dólares). Nesse período, a venda de suas cervejas aumentou 2,7 por cento, superando os 281,7 milhões de litros, enquanto a de refrigerantes diminuiu três por cento.
Não satisfeito com esses números, os novos proprietários da Backus acabam de anunciar um novo modelo de gestão visando a modificar a estrutura interna da empresa. Entre as mudanças, estão uma agrupação das operações por países, novos planos estratégicos, uma nova gestão do talento onde o foco estará orientado para a eficiência.
De acordo com um comunicado da empresa, o novo modelo implicará que a operação peruana seja mais executiva do que estratégica.
O Peru integrará uma das nove zonas de operações globais da AB InBev – denominada COPEC – junto com a Colômbia e o Equador, tendo Bogotá como base(1).
A operação local deixará de estabelecer suas próprias estratégias – como quando era propriedade da SABMiller – para seguir as estratégias oriundas da Colômbia, onde o grande chefão será o brasileiro Ricardo Moreira, que trabalha há 21 anos na empresa, com experiência do marketing às finanças.
A menor carga estratégica da Backus, que para alguns observadores implica numa perda de autonomia, dará ligeireza à sua estrutura.
Apesar de ainda não estar definido até onde chegarão os cortes, espera-se que não continuem em seus postos de trabalho os vice-presidentes de cada área. Além disso, o gerente geral local teria um papel mais focado nas vendas, na distribuição e no marketing, considerando que tanto a direção quanto a estratégia virão da Colômbia, como já foi dito.
A Backus, antes pertencente à SABMiller, é a principal produtora de cerveja do Peru, contando com sete unidades. No momento da compra, suas marcas captavam 96 por cento do mercado local de cervejas.
No segundo trimestre de 2016, seus ingressos cresceram 6,4 por cento, chegando a 1.073 milhões de sóis (cerca de 317 milhões de dólares). Nesse período, a venda de suas cervejas aumentou 2,7 por cento, superando os 281,7 milhões de litros, enquanto a de refrigerantes diminuiu três por cento.
Não satisfeito com esses números, os novos proprietários da Backus acabam de anunciar um novo modelo de gestão visando a modificar a estrutura interna da empresa. Entre as mudanças, estão uma agrupação das operações por países, novos planos estratégicos, uma nova gestão do talento onde o foco estará orientado para a eficiência.
De acordo com um comunicado da empresa, o novo modelo implicará que a operação peruana seja mais executiva do que estratégica.
O Peru integrará uma das nove zonas de operações globais da AB InBev – denominada COPEC – junto com a Colômbia e o Equador, tendo Bogotá como base(1).
A operação local deixará de estabelecer suas próprias estratégias – como quando era propriedade da SABMiller – para seguir as estratégias oriundas da Colômbia, onde o grande chefão será o brasileiro Ricardo Moreira, que trabalha há 21 anos na empresa, com experiência do marketing às finanças.
A menor carga estratégica da Backus, que para alguns observadores implica numa perda de autonomia, dará ligeireza à sua estrutura.
Apesar de ainda não estar definido até onde chegarão os cortes, espera-se que não continuem em seus postos de trabalho os vice-presidentes de cada área. Além disso, o gerente geral local teria um papel mais focado nas vendas, na distribuição e no marketing, considerando que tanto a direção quanto a estratégia virão da Colômbia, como já foi dito.
Menos executivos...
E menos operários
A AB InBev procura formar perfis que possam chegar à gerência geral. Portanto, não foca na especialização dos executivos, mas sim em fazer com que aprendam habilidades que beneficiem a operação em seu conjunto.
A experiência de Moreira em diversas áreas é um exemplo disso. “É possível passar do marketing para a manufatura”, garantiu um executivo da empresa.
Com estes movimentos laterais, que permitem uma visão total do negócio, a gestão do talento estilo AB InBev promete que uma pessoa possa ser promovida a cada seis meses, desde que a empresa veja nela uma executivo sênior em potencial(2).
Depois da compra da SABMiller, em outubro do ano passado, a AB InBev anunciou o corte de aproximadamente três por cento de sua força de trabalho, isto é, cerca de 6 mil trabalhadores.
Em maior ou menor porcentagem, este ajuste também está sendo planejado na Backus.
A experiência de Moreira em diversas áreas é um exemplo disso. “É possível passar do marketing para a manufatura”, garantiu um executivo da empresa.
Com estes movimentos laterais, que permitem uma visão total do negócio, a gestão do talento estilo AB InBev promete que uma pessoa possa ser promovida a cada seis meses, desde que a empresa veja nela uma executivo sênior em potencial(2).
Depois da compra da SABMiller, em outubro do ano passado, a AB InBev anunciou o corte de aproximadamente três por cento de sua força de trabalho, isto é, cerca de 6 mil trabalhadores.
Em maior ou menor porcentagem, este ajuste também está sendo planejado na Backus.
1 As outras áreas em nossa região são:
- México, El Salvador, Honduras, com sede na Cidade do México.
- Brasil, República Dominicana, Guatemala, Panamá, San Vicente, Cuba, Puerto Rico, Barbados, Dominica y el Caribe, com sede em São Paulo.
- Argentina, Uruguay, Chile, Paraguay y Bolivia, com sede em Buenos Aires.
2 A categorização Junior/Senior é muito utilizada nos Estados Unidos para diferenciar os profissionais de acordo com a sua experiência. Os Junior são pessoas ainda com pouca autonomia, experiência e maturidade profissional, os Senior possuem alto poder de decisão, maturidade profissional e emocional, sendo altamente especializados.
Tradução de Luciana Gaffrée